Como ter amigos na velhice? Confira 7 motivos para criar vínculos
- Tahti VovóFlix
- 20 de jun. de 2022
- 4 min de leitura
Como ter amigos na velhice? Uma pergunta difícil de ser respondida, mas que precisa ser normalizada.
Tal como em qualquer fase da vida, todos nós apreciamos a sensação de pertencer a algum lugar, pode ser um clube de leitura, um time de futebol ou os amigos da vizinhança. Isso não é diferente para o público 60+, afinal, estabelecer redes de contato contribui e muito para essa etapa de vida.
Inclusive, no final da década de 90, a Organização Mundial da Saúde passou a utilizar o termo “envelhecimento ativo” buscando incluir outros fatores que não só a saúde que também impactam na vida da população 60+.

Essas iniciativas tornam-se cada vez mais necessárias e importantes, tendo em vista que, no mundo, a expectativa de vida da população passou de 64,2 anos em 1990 para 72,6 anos em 2019, estima-se que em 2050 esse número subirá para 77,1 anos. Só no Brasil, a expectativa de vida já atinge 76,6 anos, segundo dados do IBGE, e é preciso estar preparado para cuidar desse novo grupo que só tem crescido.
Neste sentido, investir em atividades que proporcionam qualidade de vida podem ajudar, e os vínculos estabelecidos entre a população 60+ e seus amigos e familiares podem ajudar.
Neste artigo vamos entender qual o papel que os vínculos afetivos desempenham para a saúde e qualidade de vida dos idosos e por que é tão importante estabelecer relações de proximidade na velhice.
A importância da amizade para os idosos
É durante a velhice que ocorrem mudanças de diferentes dimensões, físicas, emocionais, financeiras e sociais, além da relação de dependência e perda da autonomia que aterroriza esse grupo. Algumas atitudes simples podem tornar esse período um mais leve e saudável.
Para além das redes de apoio formal, que incluem o contato com médicos, hospitais, cuidadores e profissionais da saúde de modo geral, as redes de apoio informais, que relacionam-se com o contato de familiares, amigos e outros círculos sociais, exercem grande impacto na saúde e bem-estar dos idosos.
Embora possa parecer algo simples, um papo com o vizinho, com netos ou filhos é crucial para os idosos.
Os efeitos positivos dessa prática foram observados na pesquisa realizada pela Universidade Santa Cruz do Sul, que ouviu relatos de mais de 240 idosos entre homens e mulheres. Entre os benefícios, os pesquisadores notaram que estabelecer vínculos contribui para a facilidade com que os idosos se relacionam tanto com familiares quanto amigos.
É também durante essa fase que os papéis sociais dos idosos passam por transformação, sobretudo com relação ao trabalho e sua função enquanto responsáveis pelos filhos, pois sabemos que, embora nunca deixem de ser pais e mães, a necessidade de cuidados para com os filhos passa a demandar menos e isso implica em alterações significativas no cotidiano desses idosos, que devem ser preenchidas de alguma outra forma, por meio de novos papéis sociais, novos amigos e atividades também diferentes.
Nesse sentido, construir vínculos afetivos proporciona diversos benefícios, confira 6 deles no próximo tópico.
7 motivos para ter amigos na velhice
Assim como na infância e idade adulta, os cuidados na velhice incluem uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos e, claro, aquelas boas e afetivas amizades!
Elas nos tornam mais felizes, seguros e são indispensáveis quando os filhos crescem e o tempo para si mesmo é maior.
Afinal, envelhecer é um processo natural, mas isso não significa dizer que você não pode atravessar esse período da melhor forma possível!
Separamos 7 motivos para estabelecer vínculos na velhice e aproveitar tudo o que essa etapa da vida pode te oferecer!
Ajuda a imunidade
O isolamento e a falta de vínculos, bem como a ausência de familiares próximos, está relacionado com o surgimento de diversas doenças que, embora não sejam fatais em sua maioria, comprometem o desempenho e a autonomia dos idosos em suas tarefas diárias.
Os impactos do isolamento ganharam a atenção de pesquisadores sobretudo na pandemia. Na Universidade de Chicago, um estudo mostrou que o isolamento pode aumentar em até 14% o risco de morte em idades avançadas.
De forma contrária, estar em contato com outras pessoas que nos proporcionam bem-estar ajuda nosso sistema imunológico.
Evita depressão
A depressão é um dos transtornos mais comuns entre a população idosa, ela os torna vulneráveis e atua como uma porta de entrada para outras complicações, como a ingestão de mais medicamentos e dores físicas.
Ela também pode tornar mais frequente a solidão, que também ocasiona doenças que comprometem a qualidade de vida dos idosos.
Atualmente já existem estudos que indicam que o isolamento social aumenta 29% os riscos de doenças cardíacas e acidentes vasculares em até 32%.
Assim, estar em contato com outras pessoas atua como um antídoto para esses transtornos ocasionados pela falta de convívio social.

Ter amigos na velhice: sensação de pertencimento
É possível entender a importância de ter amigos na velhice quando compreendemos que estabelecer vínculos contribui para a sensação de pertencimento dos idosos, o convívio com familiares, grupos de apoio, e principalmente as atividades de lazer, são algumas das formas que os tornam mais autônomos e satisfeitos com sua vida durante essa fase, reforçando sua relação de pertencimento com o ambiente ao seu redor.
O contato com a geração mais nova, o que para os idosos geralmente ocorre por meio da comunicação e convívio com netos, também permite que ele conheça a dinâmica do mundo atual e todas as mudanças que estão presentes na nossa sociedade.
É também uma oportunidade para compartilhar histórias e transmitir conhecimento para a nova geração, fortalecendo e nutrindo ainda mais os vínculos entre vivências tão distantes.
Liberdade
É justamente por ocuparem essa posição de dependência que muitos idosos ficam limitados e passam a depender de terceiros para cumprirem com suas consultas médicas, atividades de esporte, mas também de lazer.
Neste sentido, quando o idoso possui laços afetivos bem estabelecidos e relações de proximidade, sobretudo fora do âmbito familiar, ele possui maior sensação de liberdade e autonomia sobre sua vida.
Segurança e acolhida
Em um período que muitas vezes a dependência é uma realidade, sentir-se acolhido e querido pela família e amigos aumenta a sensação de segurança e proteção em torno do idoso. Ele também passa a se sentir mais importante, isso contribui diretamente para sua autoestima.
Ter amigos na velhice: qualidade de vida
Todos esses motivos para criar vínculos na velhice, sem dúvida, impactam positivamente na qualidade de vida e saúde dos idosos, seja com relação à dimensão física, mental e cognitiva.
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